Parece que antigamente escrever sobre o amor era mais fácil, acontece que antigamente eu escrevia sobre o que eu queria/imaginava/acreditava que o amor fosse, mas hoje, mal consigo escrever sobre o que eu tenho, sobre o que o amor É.
Costumo dizer que às vezes o amor aparece no portão da minha casa, com várias sacolas de super mercado, alguns sucos, uns pães de queijo pré assados, um sorriso na cara, e uma vontade imensa de ficar perto, camuflada por um comentário como: "que tal fazermos uma torta hoje?!". Às vezes o amor aparece na minha porta pedindo colo, com cara de cansado... Às vezes ele dá as caras só pra arrumar confusão, fazendo de uma gota d'água o dilúvio. Às vezes ele aparece só pra comer, outras, só pra dormir, e em outras, só pra me lembrar que está aqui.
Mas, independentemente de como ele apareça, sempre traz a certeza de que não vai mais embora, e, mesmo se quisesse, eu não o deixaria ir! Não é que eu seja dependente desse amor, mas, é uma opção minha querer precisar dele, é uma opção minha rir com ele, dançar com ele, cantar com ele, é opção minha sofrer com ele! É escolha minha olhar pra cara do amor nos dias que tudo parece dar errado e dizer: "Seu sofrimento é, POR OPÇÃO, meu sofrimento também", é escolha minha viver pra dois, sorrir pra dois e chorar pra dois! E minha decisão não é difícil de ser tomada pois eu tenho certeza que o amor faria o mesmo por mim, porque ELE JÁ FAZ!
De repente, de utopia inalcançável, o amor se tornou meu parceiro, com nome, sobrenome e endereço!
Talvez eu saiba porque hoje é tão difícil escrever sobre o amor, talvez só agora eu tenha descoberto que o amor vai MUITO além de qualquer definição...talvez, escrever sobre o amor tenha se tornado tão difícil pelo fato de já não mais conseguir ver onde eu termino e onde ele começa...