segunda-feira, 25 de agosto de 2014

"Seu sofrimento é, por opção, meu sofrimento também".

Sempre que penso em escrever, penso em escrever sobre o amor, mas sempre que me sento em frente ao computador é como se tudo o que eu quisesse escrever ficasse preso em minha cabeça. Talvez isso seja uma proteção -não espalhar pro mundo as coisas que eu descobri sobre o amor nesses últimos anos, me faz guardiã de certezas que ninguém pode roubar de mim-, talvez, seja uma dificuldade enorme de transpor em palavras um sentimento que requer muito mais gestos, é como fazer a prática virar teoria e correr o risco de pecar exorbitantemente por limitação.
Parece que antigamente escrever sobre o amor era mais fácil, acontece que antigamente eu escrevia sobre o que eu queria/imaginava/acreditava que o amor fosse, mas hoje, mal consigo escrever sobre o que eu tenho, sobre o que o amor É.
Costumo dizer que às vezes o amor aparece no portão da minha casa, com várias sacolas de super mercado, alguns sucos, uns pães de queijo pré assados, um sorriso na cara, e uma vontade imensa de ficar perto, camuflada por um comentário como: "que tal fazermos uma torta hoje?!". Às vezes o amor aparece na minha porta pedindo colo, com cara de cansado... Às vezes ele dá as caras só pra arrumar confusão, fazendo de uma gota d'água o dilúvio. Às vezes ele aparece só pra comer, outras, só pra dormir, e em outras, só pra me lembrar que está aqui.
Mas, independentemente de como ele apareça, sempre traz a certeza de que não vai mais embora, e, mesmo se quisesse, eu não o deixaria ir! Não é que eu seja dependente desse amor, mas, é uma opção minha querer precisar dele, é uma opção minha rir com ele, dançar com ele, cantar com ele, é opção minha sofrer com ele! É escolha minha olhar pra cara do amor nos dias que tudo parece dar errado e dizer: "Seu sofrimento é, POR OPÇÃO, meu sofrimento também", é escolha minha viver pra dois, sorrir pra dois e chorar pra dois! E minha decisão não é difícil de ser tomada pois eu tenho certeza que o amor faria o mesmo por mim, porque ELE JÁ FAZ!
De repente, de utopia inalcançável, o amor se tornou meu parceiro, com nome, sobrenome e endereço!
Talvez eu saiba porque hoje é tão difícil escrever sobre o amor, talvez só agora eu tenha descoberto que o amor vai MUITO além de qualquer definição...talvez, escrever sobre o amor tenha se tornado tão difícil pelo fato de já não mais conseguir ver onde eu termino e onde ele começa...

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Para vivermos plenamente, temos que morrer muitas vezes...

A vida é como um livro escrito todinho a lápis, passamos anos de nossa vida traçando planos pelos quais acreditamos que viveremos da forma mais fiel possível, até que de repente aparece alguma coisa e a gente precisa recorrer a borracha, apagar o que foi escrito e reescrever nossa história da melhor forma possível.
Muita das vezes, precisamos reescrever por motivos felizes, outras, somos forçados a reescrever pois encontramos dificuldades ao longo do caminho que nos obrigam a escolher novos finais.
Ao escrevermos nossa história assumimos o papel de protagonista, mas, de repente, como uma atriz melhor que a gente, aparece a vida, e nos bota no banco, quando percebemos, somos coadjuvantes das nossas próprias histórias, e aí a borracha entra outra vez!
Ao longo da vida, apagamos tanto as páginas de nossa história, que em algumas vezes, de tão gasta, é preciso virar a página, é preciso recomeçar, é preciso imaginar novas histórias e escrevê-las da forma mais bela possível e esperar que a vida seja gentil conosco e nos dê personagens que nos ajudem a construir a nossa trajetória.
Passamos a vida toda traçando objetivos e tentando alcançá-los ou até mesmo, traçando caminhos para descobrirmos um objetivo, e em algum momento da vida, percebemos que o que buscávamos o tempo todo era a felicidade  e para que consigamos vivenciá-la é necessário que se aprenda a viver plenamente e para se viver plenamente, é preciso morrer diversas vezes! É preciso ter papel e grafites gastos! É preciso ter paciência, força de vontade e fé. É preciso assumirmos nossa vulnerabilidade e o papel de escritores permanentes.