sábado, 31 de maio de 2014

Formas de ser eu.

Não pensei que a retomada dos textos seria tão difícil. Não sei se é a longa pausa ou uma criticidade maior que adquiri, mas, os meus pensamentos têm saído de mim como um aglomerado de palavras em sua forma mais bruta, mais mal acabada. É como se a graciosidade tivesse se perdido ou ficasse escondida com medo de que depois de tanto fluir, fosse guardada no mais profundo esquecimento outra vez.
Antigamente eu escrevia sobre o que eu achava que conhecia; o que eu achava que tinha e o que eu achava que era, e talvez eu realmente conhecesse, tivesse e fosse! Mas todos esses verbos no passado não me servem mais. Todos esses verbos no passado já não são mais eu.
Os verbos no passado foram se transformando em gerúndio, perderam a certeza do ser, e por uma obra misteriosa, se refizeram, mudando posições, radicais, prefixos, sufixos, se desfizeram, deram lugar a uma imensidão de verbos novos, sentimentos diferentes e novas certezas. As palavras passadas me deram suporte pra conseguir construir palavras novas. O que eu fui, todas as minhas certezas, todas as minhas dúvidas, me transformaram na pessoa que eu sou hoje.
É engraçado perceber que quem eu era já não pertence mais a mim, e o desejo que eu tinha de “vir a ser” forma o meu presente.
Sinceramente, sou feliz por poder olhar pra trás e perceber que por mais que eu não seja quem eu acreditei que seria, que não esteja onde eu achei que estaria e não faça o que imaginei que faria, me encontro muito melhor por sem quem sou, estar onde estou e fazer o que faço!

Outra vez...

Geralmente as pessoas começam um blog postando sobre os motivos que as levaram a fazer um, eu já fiz isso três vezes, e das três, a única coisa que restou foi o ensaio de um primeiro texto pra uma quarta tentativa...
Já larguei muita coisa na minha vida pela metade, brigas pela metade, alegria pela metade, treinos físicos pela metade, amizades pela metade... O que parecia incrivelmente bom no começo, de repente, se tornou maçante demais pra levar adiante. Certa vez, um amigo meu me perguntou o que me fez entrar no curso de Psicologia, depois de muito pensar, olhei pra ele e disse: "Acho que a pergunta mais certa a se fazer é: o que me mantém no curso"!.
Então, dessa vez, ao invés de me preocupar com justificativas plausíveis para o início do blog, vou me preocupar em manter viva a chama que me faz escrever... porque, afinal, deve haver alguma coisa que ainda ME emocione!