terça-feira, 9 de setembro de 2014

Inteiros.

Frequentemente somos pegos fazendo coisas que jamais faríamos, falando coisas que jamais falaríamos e vivendo como jamais pensamos que viveríamos.
Talvez eu acabe ficando maçante com essa minha insistência em querer escrever sobre como a vida muda, os interesses tornam-se outros e os objetivos completamente diferentes dos que traçamos em algum momento da vida.
Acontece que durante muito tempo fui fiel ao meu discurso de que ninguém precisava de ninguém pra ser feliz, e realmente não precisa! A questão é querer precisar... é abrir o coração e deixar-se pertencer! E eu sei que é justamente isso que me prendia, deixar-se pertencer é assumir uma vulnerabilidade muito grande, é deixar que outra pessoa tome as rédeas de sua vida junto com você, é correr o risco de perder o papel principal. Mas, ao me limitar a pensar somente nessas coisas, não podia compreender o outro lado, não podia perceber o turbilhão de sensações maravilhosas que transcenderiam qualquer tipo de medo caso eu me deixasse pertencer.
O que ninguém sabia, era que dentro de mim, vez ou outra, surgia uma vontade enorme de encontrar alguém, de poder experimentar, e quem sabe até mesmo me arrepender.
Engraçado a forma como Deus vai moldando cada aspecto da vida de gente, e nos leva pra um rumo muito melhor: por muito tempo senti algo dentro de mim, algo que batia descompassado, fora do ritmo, era o coração! Mas, esse coração que eu tinha dentro de mim não me pertencia! Não podia ser meu!Talvez as pessoas não saibam... mas, são necessários dois corações para que os batimentos se regulem. É como se cada coração fosse meio coração, e então, somente dois corações são capazes de se tornarem um coração inteiro. Acredito que, na maioria das vezes, Deus faz as pessoas pela metade, e mais uma vez, cada pessoa é na verdade meia pessoa, e somente no encontro de dois corpos/almas é que se obtém um corpo inteiro. Muitas pessoas têm a incrível graça de encontrar sua metade facilmente, outras, labutam um pouco mais, e ainda outras, deixam escapar sua metade por n motivos: falta de atenção, orgulho, prendimento à coisas banais e passam a vida inteira vivendo pela metade, e o que falta faz uma falta, não é?! (redundância?, asseguro-lhes que não!).
Acontece que em uma de muitas das voltas que a vida dá, me deparei com algo que desde o começo foi tão mais meu do que qualquer outra coisa, me deparei com um coração novo... E aquele coração que batia descompassado em mim, de repente tomou ritmo, movimento, e então, pude perceber que realmente o coração que batia em mim não era meu, era dele! E o meu coração, mesmo batendo nele, deixou transparecer logo de cara que soube quem o faria feliz!
E entre várias perguntas sobre o porquê e como isso tudo ocorre, chego a duas conclusões: 1- A vida muda porque a gente muda e 2- A gente muda porque a vida muda.
Não sei ao certo onde a minha vida começou a mudar, mas sei exatamente o porquê. Talvez seja ingenuidade minha querer traçar um ponto exato para minha transição, justamente por acreditar que o que eu sou hoje é resultado de várias intervenções ao longo da minha vida, mas, seria hipocrisia negar que existe um marco muito grande que separa quem eu fui de quem eu sou: meu coração.


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